Noiva Comprada pelo CEO

Titulo do capítulo: Capítulo 1 - parte 1

Autor: Ninha Cardoso



Parte 1...


Nathaly sentiu o peso das palavras de Yago como um soco no estômago. O homem era um total estranho para ela, ainda que fosse seu tio por parte de pai.

Ela já sabia que a história de sua família era repleta de conflitos, mas ver aquele homem à sua frente, revelando seus planos cruéis, a fazia questionar como alguém poderia ser tão insensível. As imagens do rosto de seu pai, os momentos que passaram juntos, tudo isso inundou sua mente, tornando o desafio de encarar Yago ainda maior. Ela nunca teve uma aproximação com o tio antes e agora não estava gostando nem um pouco. Só mesmo a necessidade e o desespero a faziam entrar em contato com ele e sem sua mãe saber.

Ela endireitou os ombros, determinação cintilando em seus olhos, apesar do desconforto palpável que sentia.

O homem era rude até no modo de olhar pra ela, o que a deixava desconfortável, mas para quem já tinha passado por tantas coisas difíceis na vida, esta era apenas mais uma.

É claro que sabia que procurar pelo tio distante seria um desafio, mas não imaginou que fosse um tão grande.

— Você acha que pode usar o sofrimento dos outros para seu próprio benefício? — ela retrucou, sua voz oscilando entre raiva e tristeza. — Não sou um peão em seu jogo de vingança, Yago. Não vou me submeter a isso. Está querendo que eu me case... Em troca de dinheiro?

Ela estava abismada com a proposta que acabara de ouvir vinda de Yago, como se isso fosse algo bem simples de se fazer. Yago riu, mas não era um riso amigável. Era um riso que parecia ecoar a frieza de seu coração.

— Você acha que tem escolha, Nathaly? Acha que sua mãe conseguirá manter tudo isso escondido para sempre? Eu sei do segredo que ela guarda e se ela não

quer que isso venha à tona, você fará o que for necessário.

— Minha mãe não tem nenhum segredo sujo, ao contrário de você - ela mordeu a bochecha por dentro — E somos nós!

Nathaly sentiu um nó na garganta. Ela olhou para ele, tentando entender o que estava por trás daquelas palavras.

Ela sabia que sua mãe não escondia nada, mas não tinha ideia do que ele poderia estar insinuando. Uma sensação ruim a invadiu, misturada com uma pitada de curiosidade. No entanto, ela estava determinada a conseguir o que tinha ido buscar.

Ela engoliu em seco, mantendo o olhar firme, se fazendo de forte.

— Se você pensa que vou me submeter ao seu plano, está enganado. Não importa o que você pense que saiba ou o que possa fazer, eu não vou trair a memória de meu pai e me aliar a pessoas como Kostas Megalo.

O sorriso de Yago desapareceu lentamente, substituído por uma expressão mais séria. Ele jogou o cigarro no chão e o esmagou com a ponta do sapato.

— Você é mais teimosa do que eu imaginava, Nathaly. Mas lembre-se de uma coisa: a oportunidade que estou te oferecendo pode ser a única saída para sua mãe. Pense bem antes de recusar.

— Não pode falar sério. Essa gente é responsável pela morte de meu pai - disse com um bolo na garganta.

— Sei bem disso garota tonta - suas narinas se inflaram e ele se inclinou para a frente — Por causa dessa família perdi meu único irmão e quero que paguem por isso. Demorou, mas finalmente a hora do troco chegou. Eu sabia que chegaria um dia.

Nathaly sentiu uma mistura tumultuosa de emoções dentro dela. A pressão sobre seus ombros era quase insuportável, mas ela se recusava a se curvar.

 Ela lutou para controlar a avalanche de emoções que ameaçava dominá-la. Suas mãos estavam tensas, os dedos entrelaçados com força enquanto ela tentava conter o tremor nervoso que percorria seus braços. Tudo aquilo parecia surreal, como se tivesse caído em algum pesadelo distorcido que ela não conseguia despertar. A expectativa inicial do encontro agora era uma memória distante, substituída pelo choque e a incredulidade diante das palavras de Yago. Olhando para ele, ela não conseguia evitar o pensamento de que esse homem só podia estar completamente desequilibrado. As palavras dele pairavam no ar, carregadas com uma oferta que parecia mais um delírio do que qualquer coisa que poderia fazer sentido para ela. 


Como poderia sequer pensar em se unir a essa gente, a essa família manchada por ganância e escuridão? Kostas Megalo, era um nome que carregava tantos significados negativos quanto um fardo indesejado. A reputação dele, um mosaico de ganância e devassidão, era algo que não poderia ser ignorado. A mídia era um eco incessante das suas extravagâncias, sempre ligado ao dinheiro e à busca de prazeres superficiais.



Nathaly tinha ouvido falar sobre ele antes, como todos tinham. Ele era um homem que havia transformado um modesto legado familiar em uma imponente fortuna, custasse o que custasse. Não media esforços e nem perdia tempo. E pelo que tinha lido, não pedia desculpas também.  A imagem que ele projetava, no entanto, não tinha lugar em seus princípios e valores. 


Ela sentia um profundo desconforto só de pensar na possibilidade de estar ligada a ele de alguma forma, muito menos através de um casamento. A ideia de ser mais uma conquista na lista dele era revoltante, para dizer o mínimo. Cada palavra que Yago proferia parecia corroborar as advertências de sua mãe. As peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar e Nathaly finalmente compreendia as razões por trás dos avisos dela. Era como se uma névoa tenebrosa estivesse se dissipando, revelando uma verdade que ela preferia nunca ter conhecido.


Ela inspirou profundamente, tentando encontrar a firmeza em sua voz que refletisse a determinação que queimava dentro dela.



 — Isso está além do que eu poderia considerar, Yago. Não importa o que você pense que sabe sobre mim, não posso – e não vou –  me associar a Kostas Megalo por casamento.



As palavras de Yago pairaram no ar, carregadas de um desdém que ela nunca imaginara experimentar.  Ele levantou e se aproximou dela com olhos de falcão.



— Se você se casar com Kostas, a família dele vai acabar como a minha  disse respirando fundo, fechando a cara.



— Como assim?  ela apertou os dedos no braço, nervosa.



— Ele não vai ter um herdeiro  sorriu estranho — Quando meu irmão morreu nossa linhagem acabou de vez.



“Deus, ele parecia saber”...



 

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